quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Paulo Freire: "o Andarilho da Utopia"

A Unesco constata a existência de 700 milhões de adultos que não sabem ler nem escrever. Para o Fundo das Nações Unidas para a Educação, esta é uma situação que tem implicações potencialmente explosivas para a paz e prosperidade mundiais.

A utopia de Paulo Freire é uma das esperanças do mundo para reverter esta situação. A crença de Paulo Freire na força do diálogo como ferramenta essencial de transformação de homens e mulheres por meio da educação, traduz o desejo da Radio Nederland de se aproximar ainda mais de suas parceiras no Brasil, através de projetos especiais, que visam sobretudo o desenvolvimento humano.

O especial Paulo Freire, Andarilho da Utopia, é dividido em cinco blocos e traz depoimentos de colaboradores, familiares e do próprio Paulo Freire. Da segunda metade da década de 40 à morte de Paulo Freire em 1997, a série retrata não apenas a vida do educador brasileiro, mas também mostra o Brasil dos últimos 50 anos. As inúmeras inserções de sons de época, situam o ouvinte em vários momentos da recente história do Brasil.

Rádio cinematográfica
André Barbosa, diretor geral deste especial, quis realizar o que chama de "Rádio Cinematográfica", introduzindo no documentário mecanismos utilizados nos filmes de ficção. Enriquecem a produção a trilha sonora de Homero Lotito e a participação da dupla de sertanejos nordestinos, Sebastião e José Francisco, que trabalhou com o educador brasileiro no momento em que este era Secretário de Educação da cidade de São Paulo.

O especial Paulo Freire, Andarilho da Utopia tem a locução de André Barbosa e Telma Feher e foi desenvolvido em parceria com a Criar - Assessoria de Comunicação de São Paulo, com o apoio da Universidade de São Paulo e do Instituto Paulo Freire, entre outras instituições.

Esta foi o primeiro projeto em regime de co-produção que a Radio Nederland realizou com uma instituição brasileira e foi lançado em 1999.

Programa 1
Paulo Freire, infância e adolescência no Estado Novo. Entre Lenin e Jesus Cristo. Clique e ouça.

Programa 2
O Brasil dos anos 50: do campo à industrialização. Brasil, campeão mudial de 58. O método de alfabetização de Paulo Freire. Clique e ouça.

Programa 3
Início dos anos 60: uma revolução pedagógica nasce em Angicos. 1964: os militares tomam o poder. Prisão e exílio de Paulo Freire. Clique e ouça.

Programa 4
No exílio, o trabalho pedagógico continua. No Brasil: AI-5, repressão, copa do mundo de 70 e anistia. Clique e ouça.

Programa 5
A volta: Paulo Freire, secretário municipal de Educação de São Paulo. O reconhecimento internacional. A morte. O legado. Clique e ouça.

Fonte: Rádio Nederland (Holanda): http://www.parceria.nl/brasil/





domingo, 25 de maio de 2008

COMO NASCEU O CENTRO DE EDUCAÇÃO

A história do Movimento de Alfabetização, confunde-se com a história e fundação do Centro de Educação da Zona Leste.

O Movimento de Alfabetização na Zona Leste de São Paulo, teve seu início no ano de 1987, quando um grupo de pessoas na região, lutavam por melhores condições de ensino e contra as "taxas abusivas" cobradas pelas escolas de 1º e 2º graus.

Inicialmente o movimento se compôs de 45 núcleos (salas), de alfabetização espalhadas por toda Zona Leste II, sendo que a grande maioria estava concentrada no bairro de Ermelino Matarazzo. Nesse período o Movimento contava com assessoria pedagógica do CEDI - (Centro Ecumênico de Divulgação e Informação), no decorrer do tempo, foi-se compondo uma equipe pedagógica do próprio grupo, que contava com supervisores e um coordenador pedagógico. Nesse período o Movimento contava com apoio financeiro da Fundação Educar.

Esse mesmo grupo de pessoas da região, que em 1987 travaram a luta pela por melhores condições de ensino, no dia 27 de Agosto de 1988 - fundam o CENTRO DE EDUCAÇÃO DA ZONA LESTE, entidade sem fins lucrativos, que tem como proposta levar essa bandeira de luta, a toda população excluida da Zona Leste de S. Paulo

No ano de 1989, com a entrada do educador Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação - teórico em que apoiamos nossos prossupostos, foi possível discutirmos algo que viesse atender e ampliar as nossas convicções e ansiedades. O Movimento adquiriu grandes dimensões e se incorporou no MOVA-SP, (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos da Cidade de São Paulo). O MOVA-SP passou a se configurar como um programa educacional desenvolvido pela inciativa conjunta da Prefeitura e de organizações populares de base local, assumindo a corresponsabilidade de Estado e sociedade civíl no enfrentamento do grave problema do analfabetismo.

À partir de 1991, ampliou suas modalidades de atendimento, passando a oferecer, além da alfabetização, serviços de pós-alfabetização, (correspondente às quatro primeiras séries do 1º grau). Os níveis de cobertura do programa se ampliaram rapidamente, atingindo em junho de 1992, 18.766 alunos, em cerca de "mil núcleos", distribuídos por todas as regiões do município e formados por organizações de base local de diversos tipos: associações de moradores, centros comunitários, obras sociais, igrejas, associações culturais, esportivas, de mulheres, de educadores, de operários, de direitos humanos.

O MOVA-SP é um programa de grandes dimensões, voltado para a população de baixa renda e, por isso, mais excluida do direito à escola. A localização dos núcleos apresenta grande capilaridade, atingindo os locais mais afastados, onde poucos órgãos públicos do Estado se fazem presentes. Responde, portanto, à proximidade do local de moradia dos alunos, fator essencial para a garantia da frequência.